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A mostrar mensagens de outubro, 2008

Quem é João?

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O mais jovem das apóstolos de Cristo e nascido em Batsaida, na Galiléia. Autor do quarto evangelho e conhecido como o discípulo que Jesus amava. O único apóstolo que acompanhou Cristo até a morte na cruz. Filho do também pescador Zebedeu e de Salomé, uma das mulheres que auxiliavam os discípulos de Jesus, juntamente com o irmão mais velho, trabalhava como pescador no lago de Genezaré. Foi um discípulo privilegiado e participou do círculo mais íntimo junto a Jesus. Distinguiu-se dos demais pelo martírio. Viveu ainda mais de 70 anos depois da morte de Jesus Cristo. Escreveu o Livro do Apocalipse ou Revelação, que é o derradeiro livro da Bíblia, e narrou as suas visões e descreveu mistérios, predizendo as atribulações e o seu triunfo final. A sua narrativa enfoca mais o aspecto espiritual de Jesus, ou seja, a vida e a obra do Mestre com base no mistério da encarnação: o verbo feito carne e veio dar a vida aos homens. Foi o apóstolo da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que

Nostalgia

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Num breve instante, li no teu olhar uma enorme vontade de me beijar. Fintas da tua nostalgia. No passado, quando pronunciás-te o que não disses-te hoje a resposta foi não. Hoje seria novamente não. Por motivos diferentes. A natureza encontra sempre o seu equilibrio. Ao despedir-me senti-me fluir como um rio que corre. Fértil para outras sementes.

Um dia Para Esquecer

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Estes passos lentos arruinam-te. Nunca gostas-te de esperar. Muito menos de ter a vida em standby. Sofres por antecipação. Tudo te parece sem saída. Ainda tens duas portas: Entras numa nova vida ou nunca a queres abrir? As forças que te afundam, que te empurrem agora para a frente. Sem pensar nas consequências. Precisas de apagar o presente amargo, para nascer uma paz definitiva. Não olhes para trás. Com os olhos postos no futuro podes crescer, seja ele qual for. Risca da tua lista dias como este. De desacato, do turbilhão de emoções desmedidas. Do medo de enfrentar um mundo que desconheces. Na tua força de sempre não é agora que vais desistir. Ao admitires fragilidades é um caminho para as contornar. Nunca seguir um lema muçulmano que diz: Nada Desejar para Nada Recear.

Quem sou Eu?

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Mulher. Que mantêm sempre as suas portas abertas. As mãos a trabalhar e os pés em movimento. A caminhada é lenta, porque o seu ritmo é o da mudança. E a verdadeira mudança, demora sempre muito tempo a acontecer. Inspirado no poeta Rumi

O Peso do Mundo

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O que é que é mais pesado? Ter o peso do mundo às costas ou o vazio de o ter deixado cair?

A Viagem à Lua é Perto

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Serás mais que a vontade de um beijo? O vôo à lua até não é longe. A distância maior está dentro de mim. Já estou entre estrelas. Aguardo agora sem pressas o check-in.

Uma Lição de Vida Com o Nome Abelha Maia

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Hoje sentei-me com o meu filho no sofá. Quis partilhar comigo um filme: as aventuras da Abelha Maia. Pelos olhos de uma criança entrei num mundo fantástico. Tinha agora os meus sete anos. Como eu adoro ver a Abelha Maia. Acordava ao sábado logo pela manhã, para não perder nenhum episódio. Ela ainda encanta esta nova geração. Porque é pura. Decidida. Espontânea. Cativa todas as personagens em torno da amizade. Une todos os esforços para ajudar quem mais precisa. Diverte-se com a descoberta do mundo que a rodeia. É feliz naturalmente. Ajuda o Willy que é um preguiçoso danado que passa a vida a chorar. Mas não o tira da cena da sua vida. Acompanha-o. Rouba-lhe o medo de voar. Tolera-lhe as birras constantes. Indica sempre o caminho das flores pelo meio dos campos verdes. E vive todos os dias novas aventuras ao seu lado. Não descrimina nenhum outro insecto. Entende. Aceita. Acredita. E no fim ri sempre rodeada de fieis amigos. Leva-me a pensar: A vida é bela na sua simplicidade, nós é que

Tela em Branco

Toda eu. Uma tela em branco. Pinta-me um tema livre. Escolhe as cores. Enche-me de vida. Conta-me aqui uma história de banda desenhada. Escreve um poema. Um livro que ganhe o prémio Nobel. Partilha em mim os teus talentos. Expõe-me no Museu do Louvre ou no teu quarto frente á cama. Estou em branco. Aberta a pinturas abstractas 24 horas por dia. Carla Godinho

A Não Mulher

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A não mulher é aquela que fala á boca cheia do amor que não é dela. Que quer trincas do homem a saber a saliva quente da boca da mulher dele. Que acha que dorme para o lado melhor quando a meio da noite tem a cama vazia, porque ele sai apressado para aquecer os pés no ninho do verdadeiro amor. Que não acredita já ter sido traida mais que uma vez pelo homem que diz que a ama. É a que morre senão semear o mal dos outros. É uma jóia de plástico. Que defende que roubar o amor a um filho que não é dela, são estatisticas. E depois há sempre os psicólogos. Dá-se como exemplo, por isso é que não sofre de nervos e foi muito feliz separada dos pais. A mãe ainda hoje não tem problemas e por isso dão-se lindamente. Nunca tem dores. Toca piano, lê, fala linguas e é tão genial que achou que não valia a pena fazer carreira. Ainda tentou o estrangeiro, mas lá eram todos limitados e voltou a Portugal. Trabalhou sempre muito a estudar e a viajar com o dinheiro que nunca ganhou. Está a progredir na carre

A Rotina Foi Absolvida

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Fui testemunha de acusação no julgamento contra a rotina. Fui a primeira a apontar-lhe o dedo firme contra a cara. Mas ao chegar a casa, no gesto rotineiro de sempre descalçei os sapatos. Apercebi-me da importância deste gesto. Vi-lhe a beleza espontânea. Consigo correr cá dentro. Lá fora, os sapatos altos prendem-me sempre a qualquer calçada. Retirei a queixa.

Desencanto

Hoje mais uma vez, surpreendi-me. Mas agora, comigo própria. Estou doente? Pela primeira vez, os meus olhos bem abertos, de frente para ti, encheram-se de desencanto. Hoje desenganei-me. Senti-me imune aos sentimentos dos ultimos tempos. Nada senti. Não me capturas-te para os teus gestos. Vi apenas, pelo meio dos teus dentes brancos um contraste. Um sorriso para o teu filho pintado de amarelo torrado. Cabelos brancos a emoldurar uma cara baça. As mãos muito grandes, donde saltou a pele áspera e seca. Hoje desenganei-me no que acreditava querer para mim. Foste o resultado de um ideal que eu criei, e acidentalmente projectei em ti. Hoje de criativo não tiveste nada para campanhas futuras.

O Pátio Alfacinha

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Hoje vim aqui. Sem querer. Obrigada por questões de trabalho. Sem hora marcada. Sem convidados, nem fotógrafo para captar o vazio desprevenido. Momento mergulhado na solidão da festa que não há. Uma viagem no tempo, momentânea, que não conseguiu parar uma única vez para se fidelizar ao que aqui ficou. Os sorrisos abertos, hoje suspensos na boca de dois anónimos, que um dia marcaram um encontro que seria para todo o sempre. Ela toda; Uma pérola, a única princesa desenhada nos olhos dele. Sempre e só. Ele, era o que passava na vida dela apenas uma vez. Num breve instante, vi-te dançar com o meu vestido no corpo, e eu com o pescoço agarrado à tua gravata que hoje me sufoca. O nó que lhe deste para a prender foi tão forte, que não há quem o consiga desatar. Encontro no salão nobre, no Pátio Alfacinha, no mês de Dezembro para fazer o quê? Cerimónia molhada, Cerimónia abençoada. No nosso encontro, em pleno Inverno esteve um dia de Primavera.

Instinto Animal

E tal como um animal, hoje ao ver-te chegar pela manhã, apressado, a correr para os meus olhos, respondo ao teu cheiro na insconsciência dos meus pensamentos. Que paladar terá a tua boca? Em cada centimetro quadrado da tua pele queria enterrar as minhas mãos. Mas, com o coração guardado no bolso, que em tempos de crise, todos os cuidados são poucos. Carla Godinho

Rendo-me

Hoje li e orientei-me nas linhas de Clarice Lispector: "Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa qualquer entendimento."

O desenho que fala por ele

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O meu filho hoje surpreendeu-me. Assim de repente, de forma inesperada, disse que me ia dar um presente. Ia desenhar para mim. E desenhou o que sente, o que vai na alma pequenina da tenra idade, e tão grande, tão grande que é maior que a minha e a tua foram alguma vez juntas. E cá está. Um prédio alto, iluminado pelo meio com o amor gigante que queria continuar a ter guardado dentro de casa. Ele com a mãe de mão dada cá fora. Deixou-me a outra mão solta para a enfeitar com uma flor. Da cabeça dele, sairam corações vários a disparar para o céu. A voarem como balões, que se soltaram assim de repente das mãos pequeninas, que sucumbiram à guita escorregadia puxada por um vento forte. E inesperadamente passa um avião, e o carro não está lá como sempre esteve. Estacionado á porta com o cão a cortorná-lo para nos dar as boas vindas. No avião vai alguém em viagem, e os corações continuam a subir para lá chegar. Sempre e para sempre. Está um dia de sol atraiçoado por uma nuvem teimosa. Chuvisca

Significado

Dizem os entendidos que a palavra significado é a palavra em toda a lingua, cujo o significado é mais dificil de identificar. Agora entendo. Carla Godinho

Lar temporário

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A minha casa fica numa subida. Vamos pelas escadas sempre a subir. Antes assim. Por agora vazia. Tem já marcado um forte abraço, sentido, comovente. Já deu luz a uma casa sem lâmpadas. Carla Godinho Tão pouco do que pode acontecer, acontece Salvador Dali

Eu sou uma Pessoa

A palavra pessoa é de origem latina. Significa máscara. Podiamos então dizer que somos todos uns gringos: Máscaras a falar grego. Carla Godinho

Um Virus Chamado Influência

Tentas ser quem queres ser. Tonto com a influência mordaz. Estás incapaz de reavaliar escolhas e as tuas reais necessidades. Foges a meio da noite para o mato, despido de ti próprio, descalço com os pés pelo ar. Acreditas em promessas: Existe o paraiso. Não acontece. Acreditas então que a fome mundial vai acabar amanhã. És influenciável por natureza e crês que são sonhos inadiáveis. Segues promessas que acreditas terem a formúla mágica. Corres o risco de perderes o que realmente és, e não o que tens. "Diz-me com quem andas e eu direi para onde vais". Carla Godinho

Fugas de Ultima Hora

Lisboa fugi de ti. Em ti nasci, cresci, aprendi. Brinquei à macaca em tardes de Verão. Saltei ao elástico o mais alto que pude. Gastei a bota botilde em campeonatos de rua. Joguei à bola como um rapaz. Encontrei os melhores amigos e os de sempre. Dei o meu primeiro beijo aos 16 anos, morta de medo de falhar nem sem bem o quê. Estudei contrariada. A vida era lá fora com o sol a bater na cara, e não dentro de casa amarrada ao que não era vivido. Assisti ao casamento dos meus irmãos, nascimento dos primeiros bébés da familia. Apaixonei-me verdadeiramente muito poucas vezes. Namorei às escondidas até ser convidada a sair dos cafés com os lábios a latejar. Fumei o meu primeiro cigarro às escondidas trancada dentro da casa de banho da escola. Trabalhei árduamente para ter aquilo que desejava. Encontrei o que julgei ser definitivo, um grande amor. Casei a arder de desejo. Fui mãe com o coração na boca até nascer a minha luz. Um dia fugi de tudo. Para uma terra de ninguém, com as malas feitas

Familia em Primeiro Lugar

Depende do ponto de vista. Carla Nazaré

Desejo

Não se pede o que não se quer ter. Dá-se o que se deseja. Carla Godinho

As Pessoas Perdidas

As pessoas perdidas encomtram-se sempre, por muito perdidas que estejam, por muito longe que estejam de quem amam ou de onde moram. Sabem reconhecer-se umas às outras, como turistas numa cidade que ninguém conhece, como dois animais que passam um pelo outro na estrada com os olhos presos nos foróis do mesmo carro. As pessoas perdidas encontram-se sempre, têm o mesmo cheiro a queimado da solidão e o mesmo fingimento nos pés e nos sapatos. As pessoas perdidas encontram-se sempre, no meio da vida e da escuridão, a meio do que não procuram, mesmo quando não querem ser encontradas. Quase nunca querem. As pessoas perdidas, nas ruas, nos bares, nas paragens de autocarro, nos cafés, encontram-se sempre. É isto que as impede de procurar o que procuram. É isto que as impede de procurar o que precisam. É isto que lhes dá uma boa desculpa. É por isto que estão todas perdidas. Miguel Esteves Cardoso

Ontem, Amanhã e Depois.

Vivemos num tempo atónito que ao debruçar-se sobre si próprio, descobre que os seus pés são um cruzamento de sombras, sombras que vêm do passado que ora pensamos já não sermos, ora pensamos não termos ainda deixado de ser, sombras que vêm do futuro que ora pensamos já sermos, ora pensamos nunca virmos a ser. Boaventura Sousa Santos