Venenos de Deus Remédios do Diabo

O nosso único trabalho deveria ser apenas sonhar. O principal objectivo, fazer perdurar o sonho diante de tudo o que é opaco. Desprezar o que fingidamente teima em afirmar-se vivo. E subir na carreira da felicidade até ao perfeito amor, que será sempre feito de sonho. Dormir pouco para se sonhar demais. Há quem não acredite nos sonhos e esteja bem assim, e há quem acredite e esteja ainda melhor. A recompensa deste trabalho dificil, é o prazer de acreditar no que se pode ter. A única coisa digna que nos resta , é trabalhar no sonho de um grande amor.

Agora que vem aí o Inverno e com ele o frio, finalmente posso congelar os melhores pensamentos. Nunca se sabe quando se pode voltar a precisar deles não impróprios para consumo.

"Ainda que eu tenha tamanha fé a ponto de mover montanhas, se não tiver amor nada serei." Corintios XIII Filho, aprende que a grande pergunta não é: Como é que eu vivi? Mas sim: Como é que eu amei? Com o amor que penduras nos olhos e largas no sorriso, estás no caminho certo.

Hoje da parte da tarde, falava com uma amiga de sempre sobre a vida de nunca. Quando chegamos finalmente à maturidade, parece que não existe um delito humano ou um qualquer esplendor, ainda que apagado, que a nossa vida já não tenha autopsiado. A vida parece não encaixar no nosso corpo e nós já não somos nós. Fomos roubados por algo que nos domina. Olhamos para a vida de cima para baixo, e já nos falou de tudo, especulou, especula, sugere, argumenta, contradiz, confirma, dá brilho, apaga, mente e engana. Glorifica o superficial e negligencia heroísmos, troca de dono, mete-se em tudo quanto é buraco da alma. Pena que, na maioria das vezes, faça tudo isto superficialmente. Mas quando toca na ferida, iguala-se, certamente, às grandes tragédias gregas, aos frescos renascentistas, às muitas músicas de todos os tempos. Será a vida igual á caixa de Pandora? Que quando se abre espalha todos os males no nosso mundo? Mas segundo a lenda, no fundo da caixa escondia-se ainda a espera de alguma co...

A distância, nunca terá força suficiente para atirar ao chão um grande amor. Este amor, mais espiritual do que físico. Forte com cara de fraco. Sentimento etéreo sem olhos, mas a sentir. Amor em revolução dentro do peito. Quem inventou a distância não conhece a dor da saudade. A distância impede que eu te veja, mas nunca impedirá que eu te ame. A Saudade será sempre como uma filha nossa, agarrada as nossas vidas. Este amor como o de Penélope por Ulisses, indestrutivel. A força do amor agarrada á alma, ao comando dos sentimentos.  

Está conosco de manhã, morre ao anoitecer mas ressuscita com a aurora. Enquanto há vida, há esperança.

Amar como nunca aprendi. Acordar e voltar a sonhar. Adormecer nos teus dedos a desenharem-me a boca. Corações infinitos a morder os pensamentos e a racionalidade. O amor sem cura a amar de verdade. Espero que contigo não perca nada, apenas a ilusão de que tudo pode ser meu para sempre. Porque nada do que é importante se perde verdadeiramente.

Para que te pudesse aliviar, queria escrever aqui todas as tuas dores. Mas só um dia, bem mais tarde, vais entender que sofrer é inútil. William Shakespeare já dizia: "Lamentar uma dor passada no presente, é criar outra dor e sofrer novamente." Há que acreditar nos mais velhos.

Teste impróprio para cardiacos. Avanças sempre em desordem por mim a dentro. E a minha memória sempre em aflição. O sangue cheio de pressa para correr. O coração, eterna criança a querer saltar para os teus braços. Pensar em ti. É acreditar na ressureição do tempo pela subversão dos dias que passam. Saudades dos teus dedos a arder na doçura negra dos meus cabelos. Tempo desperdiçado? Pode-se morrer por muito tempo e depois voltar. Duas almas serão sempre um pequeno mundo. E cada vez que parti, a lua nasceu na tua camisa ainda desabotoada a arder em febre. E hoje sorrimos, ainda a provar que somos eternos. Pascal dizia que "o homem é feito visivelmente para pensar; é toda a sua dignidade e todo o seu mérito; e todo o seu dever é pensar bem." Estou no bom caminho.

O Amor. Nunca se sabe como e até quando. O amor pode impedir o amor. O primeiro pode dar cabo de nós. E o último é sempre o primeiro. Precisamos urgentemente de nos enganar com o que quer que seja.

A propósito da morte recente de alguém, que morreu mesmo antes da morte o vir buscar, dei comigo a pensar em coisas tão simples e confusas como esta: A MORTE. Absoluta, Impossível, Inevitável, Implacável, Certa. Já que a morte é certa e implacável há que pensar: Então e a vida? Ela existe. Mas diferente da intolerância da morte. Mas o paradoxo é que a vida é improvável no que diz respeito a tempo e espaço, por causa da morte, porém o imprevisto da vida, assim como da morte não cabe a nós, o que nos cabe é morrer, e viver. Se assim é, vivamos a vida com vida, a uma grande diferença entre ir vivendo, e viver a vida. Enquanto não se pode trocar as voltas à morte, sempre se pode dançar de mãos dadas com a vida. Morreremos se não vivermos. Há que escolher o que realmente importa. Desfazer-se da confusão de tormentos passados e coisas sem solução. Abraçarmos tudo o que é bom, ter como companhia pessoas positivas e de opiniões construtivas. Mas o que faremos com a vida de amanhã, só velando a...