Mundos

Sangrou dos dedos porque o coração fraquejou. Algo inesperado a arranhou nas mãos com o lado mais àspero de um mundo partido em dois. Fícou com o lado do mundo rico em imaginação, privado da realidade de outrora. Contou a percentagem de tempo que dedicou a pensamentos perversos, a fugas e sonhos, e foi bem mais que a metade do mundo que lhe sobrou. E pensou que os mundos não acabam, as pessoas é que acabam com eles. Viram-lhes as costas e põe-nos de castigo. Olhou novamente para o mundo que o destino lhe deixou. E viu-o cheio de uma infinidade de absurdos que nem sequer precisavam de parecer verosímeis porque eram verdadeiros. Desfigurou-se e não voltou a ser quem era. Sentiu as entranhas a arder na tentativa de sacudir a tristeza. Sempre preferiu as quedas repentinas. E foi aqui que entrou o seu amor. O mundo inteiro vazio, continua lá. Já dizia George Santayana: "...