PROCURO

Sedativos naturais. Daqueles que se tomam em doses de cinco sentidos a qualquer hora do dia. Que me obriguem a sentar num sofá embrionário. Me atirem para um casulo cor de laranja. Não mais que óvulos de tranquilidade. Saltar num colchão com molas para o infinito. Sonhar até aterrar em lugar nenhum. E ser empurrada por um sopro qualquer que me faça levitar. E tal como Fernando Pessoa, procuro tudo isto num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.