Gato Vadio

Trazia no peito, um pequeno buraco de onde saía a lava que o derretia.
O gato vadio, tinha mais do que cinco sentidos.
Vazio e fogo, o rastilho de um gato que fugia todas as noites.
A mãe, deixava-a no leito, protegida pela doença que a consumia.
À noite, era o tempo de expulsar os demónios que lhe mordiam o coração.
Fazia amor com tudo o que eram mulheres.
Não era sexo, era mesmo amor momentâneo, para se percorrer a ele próprio.
Quando amanhecia, era um homem fugidio, escapavel das mãos de quem o prendia, numa lucidez louca contra a sua própria pele.
Ajustava contas consigo, cada vez que humedecia o medo no aconchego da boca de uma mulher.
Pergunto-me onde andarás.

Se no recanto da tua solidão, estendido no chão ao sol, ou no telhado das tuas sete vidas com vista para a lua. 

Comentários

Flor disse…
É sempre de nós que fugimos quando nos afastamos de alguém.
Talvez nestas idas e vindas se tenha encontrado, mas gatos vadios, nunca serão fáceis de domesticar. :)
Beijinho Carla*

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