Donde Vem o Amor?


E cada vez que se encontrava nos olhos dela, pensava sempre que a vida podia cair ali, mas erguer-se algures.
E quando não aguentava mais, corria sempre ao encontro dela, porque tinha saudades dele próprio.
Sabia que se encontrava por lá, num sitio único, por dentro daquele coração vivo.
Bastava ouvi-la falar que se sentia mais novo, forte, corajoso, com vontade de sonhar.
E afinal ela sempre tivera razão, ao dizer-lhe que se o mundo lhe parecia do avesso, talvez fosse porque ele estava ao contrário.
E ela, nas raras vezes que o encontrava, era como ver um ser do outro mundo que tivesse caido do céu e aterrado à porta de sua casa.
Todos os sentimentos, todas as buscas e reflexões, toda uma vida de sentir, buscar e reflectir se juntavam naquele momento.
E agora, entendiam mais que nunca, que desde que se viram pela primeira vez, ficaram unidos de uma forma sólida, íntima e inseparável.
E cairam ambos dentro do que encontraram naturalmente: a cumplicidade.
Donde vem o amor afinal?
O amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações.
Como fugir de um amor que sempre nos encontra?
De um amor que cega sem olhos?
Este amor não vem de sonhos exactos.
Mas de palavras que de tanto se excederem fizeram história.
Este amor, vem da porta desse muro bem á nossa frente.
E vem sempre ao nosso encontro e o seu caminho é o nosso fim.

Comentários

Anónimo disse…
linda, como sempre

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