Canção Do Medo




Peço-te que por agora não cantemos o amor.
Porque ele fugiu, refugiou-se lá em baixo nos subterrâneos.
Cantemos antes o medo que estereliza os abraços.
Aquele medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos.
Até pode ser aquele das mães dos soldados.
Aqueçamos agora a garganta de vontades.
Afinemos as vozes até derreter o gelo da resistência.
Cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois, juntos, morreremos de medo.


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