O desenho que fala por ele



O meu filho hoje surpreendeu-me.
Assim de repente, de forma inesperada, disse que me ia dar um presente.
Ia desenhar para mim.
E desenhou o que sente, o que vai na alma pequenina da tenra idade, e tão grande, tão grande que é maior que a minha e a tua foram alguma vez juntas.
E cá está.
Um prédio alto, iluminado pelo meio com o amor gigante que queria continuar a ter guardado dentro de casa.
Ele com a mãe de mão dada cá fora.
Deixou-me a outra mão solta para a enfeitar com uma flor.
Da cabeça dele, sairam corações vários a disparar para o céu.
A voarem como balões, que se soltaram assim de repente das mãos pequeninas, que sucumbiram à guita escorregadia puxada por um vento forte.
E inesperadamente passa um avião, e o carro não está lá como sempre esteve.
Estacionado á porta com o cão a cortorná-lo para nos dar as boas vindas.
No avião vai alguém em viagem, e os corações continuam a subir para lá chegar.
Sempre e para sempre.
Está um dia de sol atraiçoado por uma nuvem teimosa.
Chuvisca.
E aparece o arco iris.
Eu sei filho que posso contar contigo como ninguém.
E tu sabes que eu vou estar sempre aqui de mão firme dada à tua, lá fora ou cá dentro, com uma flor que és tu.

Carla Godinho

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