Ensaio do envelhecimento
Quanto tempo dura o prazer de ter tempo?
O que é “gozar a vida”?
Fazer o que uma vida
inteira de afazeres, foi adiando?
Entrando na velhice, como é
que se foge de uma triste vidinha?
Reiventar?
Há que fugir de uma
reforma precoce de nós próprios, que não passa de uma armadilha.
Quando o tempo é mais que muito, começa o desconforto.
Antes, um velho era um
velho.
Hoje, as pessoas tremem perante a ideia de envelhecer, como
diante de um Deus tresloucado.
Queremos ser sempre novos, mesmo
que falsificados?
Ocos?
Rir de tudo.
É melhor que pôr uma corda no pescoço.
Sonhar da maneira
mais bonita que se sabe, e dar as voltas que forem precisas.
Somos o que sentimos, só não sabemos até quando.
Há que acrescentar, no tempo de cada dia, o máximo de
eternidade.
Como Virginia Woolf escreveu um dia:
“Estas
são as mudanças da alma. Eu não acredito em envelhecimento. Eu acredito em
alterar para sempre o aspecto de alguém para a luz. Eis meu otimismo”.
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