Estranho Amor


O amor é um caso estranho.
Entra sem convite por uma porta qualquer.
Apressado e sem limpar os pés ao tapete.
Ama-nos sem o nosso consentimento.
Drama e mistério.
Tensão.
Ansiedade.
Medo da perda.
O amor é um estranho em movimento.
E quando abraçamos a calma e a paz, fomos expulsos do território do amor.
Tudo ou nada.
Quando perdidos e desnorteados, o amor ou a falta dele, é sempre quem se senta no banco dos réus.
Assim como uma criança chorosa que se perde na praia apinhada de gente.
O pânico a subir-lhe implacável pelas pernas acima.
O desamparo chega pela derrocada das certezas.
Dói.
Mói.
Abrem-se fendas silenciosas no coração.
Há que correr rápido em direcção ao sol.
Não é porque o vidro reflecte um raio de luz que deixa de ser um simples vidro.
O nosso olhar sobre o amor nunca lhe provoca mutações.
As pessoas são o que são.
Lembras-te da tua mãe te ensinar a desconfiar, e nunca aceitar nada de estranhos?
Percebo agora em adulta que tinha toda a razão.
Lembrei-me duma frase celebre do filme "O Padrinho" que encaixa na perfeição:
"Mantém os teus amigos perto de ti e os teus inimigos mais perto ainda."
Só posso acrecentar:
O amor estranho pode vir por bem ou por mal, há que segui-lo e saber o que anda a tramar.

Comentários

Anónimo disse…
Belle parole.
Realmente o amor entra sem aviso, quando menos se espera, mas não é por isso que o amor é tão fascinante?

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