No Inverno da Memória

Encontrei escondidos na caixa dos brinquedos sonhos enormes como cedros. 
Em que eu brincava  e saltava um muro de quintal. 
Doce infância que está em todos os lugares.
A infância que viveu a realidade da única forma honesta, tomando-a sempre como fantasia.
Crianças coloridas.
Uma casa, e de vez em quando um cão. 

As ruas a cintilar de  jardins.
E atravessar tudo isto em calções.
Jogar à bola e ao elástico a tropeçar nos crescidos. 
No Inverno destas memórias, sobe-me à boca uma ânsia que se escapa da boca de um cardíaco.
Uma infância que morreu e deixou um cadáver adulto.




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