A Casa


Às vezes no quarto viaja até casa.
A casa já ali, do outro lado da rua e longe da vida.
Perto só mesmo aqui, na distância que percorre o pensamento.
Regressa devagar ao seu sorriso como quem volta a casa.
Brinca ao faz de conta e já não é nada.
Distrai-se e percorre o caminho familiar da saudade.
Pequeninas coisas ali se prendem.
Uma tarde num café, um filme ao final da noite.
Devagar volta á paz.
E às vezes bem á pressa faz coisas que não deve.
Como este regresso rápido a casa.
Entra só com um pé quando abre esta porta.
Não sabe se deve entrar com o direito ou com o esquerdo.
Deseja talvez partir uma perna.
E volta a amar cá fora como em casa.

Comentários

Unknown disse…
Eu entrei pé ante pé... e tornei a sair sem fazer barulho... não quis acordar... o texto que dormia, lindo, a sono solto...

P.S. Não sou o prof. Marcelo, mas dou nota 20.. pela escrita e pela sensibilidade!
Podemos construir quantas casas quisermos, basta querermos.
Quem faz das casas lares são as pessoas que nelas habitam, são elas que marcam a diferença e são elas que criam as histórias.

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