Anónimos


Anónimos a um minuto de não ser.
A falar é que nos deixamos levar.
A ver é que nos deixamos encontrar.
Sem medo porque já tivemos o pânico das perdas.
Anónimos a beber café, a desabafar as nossas amarguras.
A caminho do inconcreto.
Inocentes na demora.
Gritos agora abertos, no silencio que não queremos ser.
A acordar da praia deserta que fomos.
A acreditar que nós não precisamos de mudar.
Sermos nós, simplesmente nós, sem rodeios nem meias medidas.
Há lá momentos melhores que estes.
Uma pausa para um restart.
Ninguém é feliz. Vive-se como se pode.
Complica-se o que é descomplicado.
Mas nós não tememos novas abundâncias.
Bastou a coragem de hoje.
Anónimos orientados nas descobertas.
Sem deixar a ética que nos dignifica.
Como dizia o poeta Rumi em pleno séc XIII:
Lá fora, além do que está certo e do que está errado, existe um campo imenso.
Encontrar-nos-emos lá.

Comentários

Brottas disse…
nesta era da tecnologia... quantos anónimos não são os nossos verdadeiros amigos... conselheiros... psiquiatras... psicólogos... e fácil falar com eles, e fácil criar uma amizade... e fácil sermos nos...

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