Racional? Não Obrigado


Depois de se despedirem, ela deixou-lhe um bilhete:

Meu Anjo:
Ser racional com as emoções guardadas no bolso definitivamente não é para mim.
Não quero ser o foguete que implode a meio do caminho.
Posso ser o último, mas que chegue até ao céu.
A esta altura, já teria apagado o meu cigarro porque tinha um cancro de pulmão.
Não mergulhava de olhos abertos a ver as rochas debaixo de água porque o sal queimava-me os olhos.
Não tinha feito amor pela primeira vez sem preservativo por causa da sida.
Em miuda, não descia vezes sem fim as ravinas mais altas de bicicleta porque esfolaria os joelhos.
Não faltava ás aulas para roubar um beijo no banco da escola porque poderia reprovar.
Não jogava á bola porque é uma coisa de homens.
Não amava de verdade porque me podia magoar.
Como é isto?
Eu quero ser sempre uma emoção pura até ao dia da minha morte.
Ter o coração entre os dentes imortaliza a vida.
Eu um sorriso amarelo até á idade das rugas?
Não obrigado.
Não quero ser parte de 99% das pessoas que têm ao seu lado as pessoas que não amam só porque é o mais acertado.
Eu sou o 1% que falta e orgulho-me de mim.
É que um dia, bem tarde meu amor, a tua segurança simulada é atacada por um ataque de choro compulsivo.
Sirene das emoções que fugiram da prisão.
Já agora, posso bater com os meus beijos na couraça da tua vida como se fossem bolas de ténis?


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